domingo, janeiro 31, 2010
tragos de um horizonte perdido
bebidas na mesa. grãos de areia no chão. o cheiro intransmissível do bolo de chocolate ao lado da cafeteira. aos pés das mesa, junto à carpete, uma uva perdida. o vaso com histórias para contar e o envelope com novidades para dar. trepo as escadas rapidamente. chego a tempo de ver o sol a desaparecer no horizonte pela fresta da janela minúscula.
sábado, janeiro 16, 2010
golpes de estado
a substituição era possível, mas não impossível. a manta de retalhos cobria a cama e o gato no fundo dos cobertores ganhava coragem para abandonar o calor do lar. união.
o vazio das letras, os livros e as estantes perduram e avançam em manchete.
o destaque das frases feitas é uma verdade assumida.
sexta-feira, janeiro 15, 2010
rabiscos
a poeira paira. a nuvem levita. o poder de uma palavra. cheguei tarde à cama, e debrucei-me para levantar uma caneta. rasguei uma folha branca e, nos pedaços caídos do chão, decidi desenhar a alma. indesejável. impossível até.
até onde é possível rabiscar a alma ? não sei.
deito-me e entrego-me aos golpes de vista de quem está em vias de adormecer.
suposições e tentativas infrutíferas de escrever.
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